DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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domingo, 4 de dezembro de 2016

LAVA JATO Caixa 2 do PT para El Salvador

Primeira-dama teria intermediado pagamento de R$ 5,3 milhões feito por empreiteira em 2008

Transparência. Entidade internacional de combate à corrupção
 entregou prêmio à força-tarefa da Lava Jato
Brasília. Ex-primeira dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80, Vanda Pignato intermediou, segundo a Odebrecht, o pagamento de R$ 5,3 milhões de caixa 2 feito pela empreiteira à campanha de Mauricio Funes, na época seu marido e candidato à Presidência do país centro-americano. O relato faz parte do acordo de delação premiada de executivos da empresa, assinado nesta semana por 77 executivos do grupo.

O dinheiro, segundo delatores, foi pago em 2008 pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu Funes em março de 2009.
O montante foi descontado do caixa do PT junto à empreiteira no qual eram feitos pagamentos de valores ilícitos. De acordo com os delatores, o abatimento teve a autorização do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a Funes e Vanda Pignato. Um ex-sócio do marqueteiro afirmou à “Folha de S.Paulo” que Santana confidenciou que fez o trabalho a pedido do PT.

O episódio esclarece um item de uma planilha encontrada pela Polícia Federal (PF) nos arquivos do ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio.

No documento, com discriminação de repasses a “Feira”, codinome de Santana na empreiteira, aparece: “Evento El Salvador via Feira 5.300”.

Aos procuradores a Odebrecht relatou que foi Vanda quem acertou os R$ 5,3 milhões com a alta cúpula do PT, devido à proximidade com a sigla.

Brasileira, a ex-primeira-dama é hoje secretária de inclusão social do governo de El Salvador, pasta que tem status de ministério.

Separada de Funes desde o ano passado, Vanda começou a militar no PT nos anos 1980, chegando a representar o partido na América Central, quando já morava naquele país. Ela se desfiliou da sigla em 2010.

O ex-presidente Lula foi um dos principais apoiadores de Funes durante a campanha presidencial do salvadorenho. O mote da vitória presidencial do salvadorenho foi, inclusive, o mesmo usado pelo brasileiro em 2002: “A esperança venceu o medo”.

Outro lado. À “Folha de S.Paulo” Vanda negou que tenha atuado na arrecadação de dinheiro para a campanha de Funes. Ela disse também que nunca conversou com Lula sobre doações para Funes e que desconhece ajuda do petista na arrecadação.

Sobre Marcelo Odebrecht, ela afirmou tê-lo conhecido junto a outros empresários brasileiros em evento da Fiesp em 2010.

A assessoria do Instituto Lula respondeu que não comenta “especulação de delação”. O PT não quis se manifestar. A Odebrecht disse que não se pronuncia sobre negociação com a Justiça.

Lula. O ex-presidente Lula participou, na noite da última sexta-feira, no Rio, do lançamento do observatório criado por intelectuais para acompanhar os processos judiciais contra ele.


DELTAN DALLAGNOL

Manobra foi ‘o mais duro ataque’

Cidade do Panamá, Panamá. O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato, disse nesse sábado (3), no Panamá, que os deputados federais no Brasil se aproveitaram da tragédia com a Chapecoense para “infligir o mais duro ataque” que a operação já sofreu.

Ele e mais onze procuradores de Curitiba (PR) foram ao Panamá para receber o prêmio internacional de combate à corrupção concedido pela ONG Transparência Internacional.

Em seu discurso que leu em inglês, Dallagnol afirmou, sem citar o nome da empresa, que o acordo de delação premiada com a empreiteira Odebrecht, pelo qual 77 executivos começam a colaborar com as investigações, está relacionado à ação do Congresso.

“O pano de fundo desses ataques é a negociação de acordo com uma companhia que pagou algumas das maiores propinas. A companhia tinha um departamento só para fazer esses pagamentos ilícitos. Dezenas de políticos foram envolvidos. Quanto mais perto estávamos do acordo, maiores eram as reações do Congresso. Nessa semana, a Câmara cruzou a linha”, afirmou.

Dallagnol voltou a dizer que os procuradores estão decididos a renunciar a seus papéis na força-tarefa da Lava Jato caso o projeto aprovado na Câmara seja confirmado pelo Senado e pelo presidente Michel Temer.

Arrependida. A Antonio Bernardes, beneficiada por incentivos concedidos por Sérgio Cabral em 2008, disse nesse sábado (3), em comunicado, que vai recolher os impostos devidos e pagará as multas.


EXECUTIVOS

Delação da Odebrecht terá 300 anexos

Curitiba. Os acordos de delação premiada dos 77 executivos da empreiteira Odebrecht, incluindo os ex-presidentes Marcelo e Emílio Odebrecht, devem reunir mais de 300 anexos, de acordo com o jornal “O Globo”.

Cada anexo apresenta um determinado assunto ou pessoa envolvida nos atos de corrupção investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no âmbito da operação. Os documentos também incluem elementos e provas que serão apresentados para embasar o processo delatório.

Advogados que participaram das negociações afirmam que o conteúdo dos anexos é quente e deve dar o que falar no meio político. Há casos em que um só funcionário assinou 15 anexos, segundo fontes ligadas à investigação. Centenas de políticos de vários partidos devem ser citados, incluindo alguns da base do presidente Michel Temer e da oposição.

Os 77 acordos de delação dos funcionários da Odebrecht foram assinados entre na última semana. Os depoimentos devem começar a ser prestados na semana que vem. Os executivos serão ouvidos em Curitiba, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades onde mantêm residência.


Moro condena Genú a oito anos de prisão

São Paulo. O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, condenou o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genú a oito anos e oito meses de prisão pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. Moro, no entanto, absolveu o ex-assessor parlamentar de lavagem de dinheiro.

Preso em Curitiba, Genú é apontado pelas investigações como beneficiário e articulador do esquema que desviou recursos na Petrobras. Ele recebia um percentual da propina destinada ao PP.


EDUARDO CUNHA

E-mails mostram que Cunha tinha pessoa para receber dinheiro

MP descobre “testa de ferro”

São Paulo. A força-tarefa da Lava Jato identificou um provável “testa de ferro’’ do deputado cassado Eduardo Cunha e de seus familiares para pagamentos em espécie. Trata-se de Sidney Roberto Szabo, que foi presidente do fundo de pensão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).

Segundo documento do Ministério Público Federal, que trata da quebra de sigilo de e-mail de Szabo, ele trocou mensagens com Paulo Lamenza, contador de Cunha, em 2012. As mensagens apontam que ele providenciava dinheiro vivo para Cláudia Cruz, mulher de Cunha.

Segundo o MPF, em mensagem eletrônica trocada entre Sidney Szabo e o contador, em 2013, Szabo busca informações a respeito de nota fiscal a ser emitida em favor de Cláudia Cruz, para que seja gerado um “valor líquido” de R$ 40 mil. Os procuradores acreditam que os dois se referiam a dinheiro em espécie.

Outra mensagem foi trocada entre Szabo e Danielle Dytz da Cunha, filha do ex-deputado. Danielle teria solicitado que fossem providenciados pagamentos a pessoas físicas no valor de R$ 79,9 mil. Os procuradores afirmam que os beneficiários teriam atuado na campanha de Cunha para a presidência da Câmara. A quebra do sigilo do e-mail de Szabo foi determinada pelo juiz Sergio Moro em 17 de outubro.

Eduardo Cunha e Cláudia Cruz respondem a ações na Justiça por terem mantido uma conta secreta na Suíça, onde teriam sido depositados valores de propina de um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África. 

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