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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

REAÇÃO “Estou muito triste”, diz Lula

Ex-presidente afirma que denúncia é um “conluio” de procuradores e agentes da Polícia Federal


Igualdade. “Um ex-presidente tem que ter o mesmo
 tratamento que um servente de pedreiro”, disse Lula
NOVA YORK, EUA. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse “indignado” e “triste” com a decisão do juiz Sergio Moro de aceitar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e transformá-lo em réu na Lava Jato. Seus advogados divulgaram nota afirmando que o magistrado “perdeu a imparcialidade para julgar o ex-presidente”.

O petista desabafou contra a decisão durante transmissão online de um evento organizado por simpatizantes em Nova York, chamado “Stand With Lula” (Permaneça com Lula). “Não deve ter nenhum cidadão nesse mundo hoje mais indignado do que eu. As pessoas que estão fazendo esse processo, que na verdade é um conluio entre alguns agentes da Polícia Federal, alguns agentes do Ministério Público e, eu diria, alguns agentes da Fazenda. Ninguém pode ser julgado por convicção de um promotor. Quem deve ter convicção é o juiz, a partir do que está nos autos do processo”, discursou.
O ex-presidente lembrou sua trajetória de mais de 40 anos na política e se disse triste com o que está acontecendo no país, mas que vai continuar lutando.

“Estou muito triste que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo que a denúncia seja uma farsa. De qualquer forma, como tenho bons advogados aqui e ali e acredito na Justiça, vou continuar lutando. Somos brasileiros e não desistimos nunca”, afirmou Lula.

O petista disse a seus apoiadores que o que menos importa no Brasil, hoje, é a verdade. O que valeria, para ele, é a construção de versões. “Se conta versão, ela vira manchete de jornal, a manchete é manipulada pela televisão, e a pessoa, independentemente de ser inocente, passa a ser condenada”, afirmou.

O ex-presidente afirmou também que o Brasil vive um momento de anomalia política muito grande. Como exemplo, ele disse que dois dias depois do impeachment, foi alterada a legislação que trata das pedaladas fiscais, a causa para o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado.

O advogado que defende o ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o juiz federal Sergio Moro perdeu a imparcialidade para julgar Lula. “Ele (Moro) se tornou acusador, o que é incompatível com a função de juiz”, afirmou o advogado no evento realizado em homenagem ao ex-presidente. Martins disse que desde março, o ex-presidente Lula vem sendo submetido a diversas violações de suas garantias fundamentais por parte de procuradores federais e do juiz.

“Isto está aliado ao que há de mais atrasado no Brasil”, disse ele no evento, arrancando aplausos da plateia, alguns com adesivos em que estava escrito “golpe”. O advogado disse ainda que os telefones de Lula e seus familiares foram grampeados e que o mesmo ocorreu com o seu escritório.

Repercussão
“Injustiça já esperada: Moro torna Lula réu. Agora, só na luta. Querem interditar o maior líder do Brasil!”
Rui Falcão
presidente do PT

“Lula virar réu revela que o MPF possui fortíssimos indícios da prática dos crimes pelos quais (ele) está sendo acusado. A sociedade sai ganhando. Estamos próximos de ver a Justiça triunfar.”
Ronaldo Caiado
senador (DEM-GO)

“Eu imaginei que ele (Sergio Moro) fosse pedir ao Ministério Público alguma espécie de diligência ou investigação a mais para ter provas.”
Humberto Costa
líder do PT no senado (PE)

“O recebimento da denúncia pelo juiz Sergio Moro atesta a solidez da denúncia e a contundência dos indícios encontrados pelos procuradores. Mas agora é que começa a instrução criminal, e não se deve condenar alguém por antecipação.”
Aloysio Nunes Ferreira
líder do governo no Senado (PSDB-SP)

“Moro declara que ‘tais elementos probatórios são questionáveis nessa fase preliminar’, mas, mesmo assim, não perderia a chance de agir contra Lula. Moro acatou denúncia sem provas. Prepara-se para condenar sem provas, como foi o golpe contra Dilma.”
Maria do Rosário
deputada federal (PT-RS)

“A decisão do juiz Sergio Moro atende plenamente a expectativa em relação aos crimes que foram praticados pelo ex-presidente Lula.”
Alvaro Dias
senador (PV-PR)

DELAÇÃO

Denúncia utilizou conteúdo similar

Brasília. Duas semanas antes de apresentar denúncia contra o ex-presidente Lula, procuradores da força-tarefa de Curitiba colheram um depoimento extra do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE).

O interrogatório versou sobre conteúdo já tratado pelo ex-deputado em uma proposta de acordo de delação premiada ainda não homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A inclusão na denúncia de trechos similares ao da delação irritou o ministro.

Ao recorrer a Corrêa para afirmar que Lula era o comandante de uma organização criminosa entranhada na Petrobras, o procurador Deltan Dallagnol e outros investigadores teriam dado a homologação à delação como fato consumado. Ou seja, restaria apenas ao ministro “carimbar” o acordo de colaboração negociado pelos procuradores com os advogados do ex-deputado.

Para os advogados do ex-presidente, os procuradores usaram a denúncia de elementos sem amparo legal.

O Tempo

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