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domingo, 23 de outubro de 2016

LAVA JATO Delator pagou R$ 5 mi a Renan e Jader

Reportagem de “Época” revela depoimento com “roteiro” da propina em contratos da Transpetro

Brasília. Em delação premiada, o “homem da mala do PMDB”, Felipe Parente, afirma ter repassado R$ 5,5 milhões em propina ao atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entre 2004 e 2006, referentes ao esquema de corrupção da Petrobras.

Os trechos da delação premiada, sob segredo de Justiça, foram obtidos com exclusividade pela revista “Época”. Parente era responsável pela entrega de dinheiro em espécie de propinas da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

O delator é ligado ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que tornou-se colaborador da Lava Jato e expôs gravações de conversas telefônicas com Renan Calheiros nas quais o presidente do Senado falava em mudanças na lei de delação premiada de modo a evitar que alguém preso se tornasse delator.
O relato de Parente, obtido pela “Época”, afirma que os R$ 5,5 milhões destinados a Renan e a Jader tinham como origem as empreiteiras Queiroz Galvão e UTC, além da empresa de fretamento de navios Teekay Norway, que, segundo a reportagem, teve até sete embarcações de transporte de petróleo em alto mar contratadas pela Transpetro.

As revelações de Parente já tinham vindo à tona em reportagem da revista “Veja” no início deste mês, quando aparecia caracterizado como “o homem da mala do PMDB”. A reportagem, que também teve acesso a trechos da delação, detalhava entregas de dinheiro ao senador Jader Barbalho e também a Renan Calheiros, que teria recebido um total de R$ 32 milhões entre 2004 e 2014. O dinheiro se referia a propinas obtidas através da Transpetro.

De acordo com a reportagem da edição de ontem da “Época”, a delação de Felipe Parente afirma que os R$ 5,5 milhões foram entregues em encontros no Rio e em São Paulo com Iara Jonas, funcionária do gabinete de Jader Barbalho no Senado. Parente alega que as entregas destinavam-se não apenas a Jader, mas também a Renan, e que os repasses ocorreram entre 2004 e 2006.

Em relação à Queiroz Galvão, que teria desembolsado R$ 3,5 milhões em espécie, o delator afirma que as tratativas ocorreram, por orientação de Machado, com o próprio presidente da empresa, Ildefonso Colares, que lhe instruiu a dizer a palavra “lua” como senha para receber o dinheiro em um escritório no centro do Rio.

Jader disse à “Época” que não conhece Felipe Parente e que não recebeu remessas de dinheiro através do delator. Renan também negou conhecer Parente e disse não ter recebido vantagens “de quem quer que seja”.


INVESTIDOR

Cunha movimentou R$ 25 mi na Bovespa

Brasília. Suspeito de ter obtido vantagens indevidas durante toda sua vida pública, segundo a Lava Jato, o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) movimentou cerca de R$ 25,2 milhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) entre 2009 e 2014, sendo a maior parcela em compras e vendas de papéis da OGX e da Petrobras.

Os números constam de extrato de movimentação e negociação da BMF&Bovespa encaminhado à 6ª Vara Federal Cível no Paraná, que decretou a indisponibilidade de R$ 220 milhões do peemedebista – incluindo ativos na bolsa de valores.

Os dados mostram a atuação do “investidor” Cunha, que, segundo especialistas, teve prejuízo estimado de R$ 70 mil nos papéis da Petrobras e realizava os investimentos apenas para “girar dinheiro”, sem expectativas de muitos ganhos ou perdas.

Em suas contas secretas identificadas pela Suíça, por outro lado, o peemedebista era classificado como investidor de “perfil agressivo”, segundo a o banco Merryl Lynch, onde Cunha abriu offshores. O dinheiro no exterior, contudo, não era aplicado por Cunha na bolsa brasileira, mas sim na de Nova York onde, em três meses, ele teve um lucro de US$ 289 mil com compra e venda de ações da Petrobras.

Soltura. Preso desde a última quarta-feira em Curitiba, Cunha entrou com um pedido de liberdade ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi encaminhada para análise do ministro Teori Zavascki.

O Tempo

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