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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

CORRUPÇÃO Pagamento de propina libera veículos de pátio da Transcon

Denúncia mostra que motoristas pagam até R$ 70 para retirar carros sem reparos ditos ‘necessários’


Exploração. Pátio instalado no bairro Funcionários, em
 Contagem, tem capacidade para 4.200 veículos
O Tempo
Motoristas que tiveram seus carros rebocados e apreendidos pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem (Transcon) denunciaram a O TEMPO episódios de pagamento de propina para guincheiros prestadores de serviços e funcionários do pátio de recolhimento de veículos, no bairro Funcionários, em Contagem.
Para serem liberados, todos os carros apreendidos devem estar com as taxas – como licenciamento e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – em dia, mas, além disso, alguns precisam de pequenos reparos por apresentarem, por exemplo, para-brisa trincado e lâmpadas de faróis queimadas – situações passíveis de autuação.

Nesses casos, a troca pode ser feita no próprio pátio ou o veículo pode ser rebocado até uma oficina e, depois, retornar para nova vistoria. No entanto, no esquema denunciado no pátio da Transcon, a legislação é burlada, e o motorista volta para a casa dirigindo seu carro. Para isso, o dono do veículo apreendido deve desembolsar, por fora, cerca de R$ 70, além das taxas já cobradas (referentes ao guincho e às diárias).
As denúncias foram feitas por dois motoristas que tiveram que pagar propina em episódios ocorridos no mês passado. Os donos dos veículos também questionaram a necessidade dos reparos sugeridos, uma vez que a vistoria não é acompanhada pelos motoristas.
Uma das condutoras, que não quis se identificar, contou em detalhes como a corrupção acontece. “Um funcionário da administração do pátio me chamou em uma sala separada para falar sobre a vistoria no carro e, chegando lá, ele me disse que o pneu traseiro estava desgastado, que dava para o carro sair, mas que não dependia dele. Pediu para não contar o que ele estava me dizendo, mas que, se eu desse um trocado, ele tirava o veículo e punha na rua de trás, só para o carro sair do pátio no reboque”, relatou a empresária, de 44 anos.
Flagrante. Em uma gravação feita pela reportagem, foi possível flagrar o motorista da Sinalização de Trânsito Industrial (Sitran) – empresa responsável pelo serviço de guincho –, que se identificou como Reginaldo, em negociação com a proprietária do veículo. O guincheiro havia pedido R$ 70, mas, como a condutora não tinha o valor em espécie, ele se ofereceu para levá-la até o banco. Em seguida, ele acabou aceitando os R$ 60 que a empresária encontrou na bolsa.
O valor seria supostamente dividido entre o guincheiro e a atendente do pátio, tudo com o consentimento de um funcionário da administração. O mesmo aconteceu minutos depois com outro motorista. “Não esquece de mim não, tá? É meio a meio. Você traz a minha parte”, contou o motorista, referindo-se à fala de uma atendente, identificada como Célia.
Após quase uma hora e 30 minutos de negociações, os carros saíram do pátio no guincho, mas foram rebocados por poucos metros e, em seguida, deixados em uma rua próxima, onde os donos assumiram os volantes.
Responsável pela área desconhece fato 
Procurado pela reportagem, o responsável pelo pátio de recolhimento de veículos da Transcon, Diego Luiz, mostrou-se surpreso com a denúncia. “Essa é uma informação nova. Não tenho conhecimento de nada que envolva essa situação”. A Sitran, do serviço de guincho, também foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não havia se posicionado.
 
Por meio da assessoria de imprensa, a Transcon informou que “qualquer ato ilícito cometido por funcionário da administração pública ou mesmo vinculado à empresa concessionária do serviço, ligado ao pátio de apreensão de veículos, é passível de inquérito administrativo e punições exemplares – inclusive, com a perda do cargo público –, e de demissão pela empresa concessionária dos serviços”. 
 
A autarquia informou que a liberação de reparos fora do pátio de recolhimento de veículos acontece, mas é um fato “raro”. “Somente em último caso, quando a irregularidade não pode ser sanada nas dependências do local, emitindo um contrarrecibo”. A nota também afirma que o pátio não aceita dinheiro em espécie e que não disponibiliza reboques para proprietários dos veículos. 
Providência. A Transcon, ainda por meio de nota, pede a todos que forem abordados por qualquer pessoa vinculada ao serviço que denunciem oficialmente e auxiliem no combate ao desvio de conduta, “pois ele não terá a complacência da atual gestão da autarquia”.

2 comentários:

  1. É importante dar nome aos bois e não usar o fato para palanque político. A Prefeitura só será convivente se não responsabilizar o responsável. Quando se generaliza, caluniamos pessoas honestas não envolvidas no esquema. Ou então vamos generalizar como os estrangeiros fazem: "BRASILEIROS E BRASILEIRAS SÃO TODOS DESONESTOS, PREGUIÇOSOS, AS MULHERES SÃO TODAS VAGABUNDAS E OS HOMENS EXPLORAM SEXUALMENTE E FINANCEIRAMENTE AS PRÓPRIAS ESPOSAS". Sinto muito, sou brasileira e não sou nada deste esteriótipo que os estrangeiros fazem dos brasileiros!

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  2. É importante dar nome aos bois e não usar o fato para palanque político. A Prefeitura só será convivente se não responsabilizar o responsável. Quando se generaliza, caluniamos pessoas honestas não envolvidas no esquema. Ou então vamos generalizar como os estrangeiros fazem: "BRASILEIROS E BRASILEIRAS SÃO TODOS DESONESTOS, PREGUIÇOSOS, AS MULHERES SÃO TODAS VAGABUNDAS E OS HOMENS EXPLORAM SEXUALMENTE E FINANCEIRAMENTE AS PRÓPRIAS ESPOSAS". Sinto muito, sou brasileira e não sou nada deste esteriótipo que os estrangeiros fazem dos brasileiros!

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