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domingo, 15 de maio de 2016

NOVA CONTAGEM Mesmo tratado em ETE, odor ainda persiste em menor grau

Comissão de Meio Ambiente visita Estação de Tratamento de Esgoto em Contagem e inspeciona obras para reduzir mau cheiro.


Comissão da ALMG, a deputada Marília Campos
e representantes da Copasa
O Tempo Contagem
Apesar de a Copasa já ter instalado um sistema de tratamento de odor na Estação de Tratamento de Esgoto de Contagem, o que já reduziu o mau cheiro na região, moradores dos bairros próximos ainda reclamam do odor gerado na ETE, especialmente à noite e aos domingos. Essa foi a principal conclusão da visita efetuada nesta sexta-feira (13/5/16) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento foi solicitado pela deputada Marília Campos (PT).
Representante da Copasa, o diretor de operações da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Rômulo Perilli, destacou que “a empresa trouxe a tecnologia mais moderna para fazer o tratamento do gás gerado na estação". Segundo ele, o sistema é composto de pequenas usinas de tratamento, em que é confinada a área onde se gera o gás, o qual é tratado. Ele divulgou que foram gastos na obra em 2015 R$ 4 milhões, somente para tratar o odor, e outros R$ 7 milhões ainda serão utilizados para obras de ampliação da ETE, com previsão de término até o fim de 2017.

Mesmo com a unidade de tratamento do odor, os moradores ainda reclamam que o mau cheiro persiste em certos períodos do dia e da semana, conforme relatou Marília Campos. “Conviver permanentemente com o mau cheiro gera um grande desconforto na população”, avaliou. A ex-prefeita de Contagem relatou ter recebido muitas denúncias de moradores reclamando. Um dos relatos é de Osvaldo Vicente dos Passos, morador há 27 anos de Nova Contagem, onde fica a ETE. Ele disse que à noite escapa o mau cheiro de algum ponto da unidade, mas bem mais fraco que antes do tratamento do gás. “Antes, bem na hora do almoço, vinha aquele odor e você nem conseguia comer”, lembrou.
Também Alan Cássio, morador do bairro Retiro, a duas ruas da ETE, afirmou que diariamente chega à sua casa um odor à noite e também aos domingos. Por sua vez, Ademar de Oliveira Roque, da Associação dos Moradores do Residencial Bouganville I, também na região, reclamou que a rede de esgotos no bairro, construída pela Copasa, está tendo entupimentos constantes.
Copasa assume que trinca permite vazamento de odor
Quanto ao mau cheiro relatado pelo moradores vizinhos, Rômulo Perilli respondeu que o reator anaeróbico (que faz o tratamento do gás) está com a laje trincada, permitindo o vazamento de um pouco de gás. “Com a implantação do segundo reator, que está em obras, vamos transferir o tratamento para ele e, assim, poderemos consertar as trincas na laje do primeiro”, adiantou.
Rômulo Perilli complementou que os profissionais que trabalham na estação monitoram constantemente os cheiros emanados da unidade. Informou também que está sendo montada em volta da ETE uma barreira verde para também ajudar na redução do odor. Ele defendeu a ampliação do trabalho com a comunidade, para que ela ajude a monitorar o mau cheiro.
O engenheiro de operação da Copasa, Saulo Nonato de Souza, complementou que o cheiro mais forte a noite e aos domingos se deve ao aumento da vazão, porque mais pessoas estão em casa gerando mais descarga orgânica. Ele explicou que são utilizados medidores de H2S, que é o sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico, o qual é responsável pelo odor provocado, que tem alta concentração de enxofre. E acrescentou que será instalado na próxima semana um novo equipamento para monitoramento 24 horas, com 95% de eficiência na redução do odor.
Instalações - Durante a visita, os participantes conheceram todas as instalações da ETE Contagem. Um dos espaços visitados foi a unidade de gradeamento (onde são retirados os sólidos grosseiros), que fica junto à elevatória de esgoto bruto, à caixa de areia e ao medidor de vazão do esgoto (vazão de 1500 litros por segundo). Rômulo Perilli explicou que a unidade de gradeamento, antes aberta, foi toda vedada, para se fazer a exaustão do gás e, consequentemente, reduzir-se o odor. Ele completou que falta apenas tapar as comportas (fendas por onde ainda sai ar), obra que será concluída até junho deste ano.
Depois, os visitantes conheceram a estação de tratamento de odor III, que consiste de duas torres de lavagem química do gás. Assim, uma solução a base de hidróxido de sódio (soda cáustica) e hipoclorito de sódio (cloro superconcentrado) é misturada ao gás para retirada do mau cheiro. Ao final, o resultado desse processo é um gás com concentração mínima de odor que é liberado por uma chaminé. Segundo Saulo de Souza, será instalado na boca dessa chaminé um medidor de H2S, o que vai aperfeiçoar o monitoramento da qualidade do gás e do ar.

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