PROTESTOS Restrições e público menor

Ao contrário da Câmara, parentes dos parlamentares não poderão ir ao plenário no Senado

Menos gente. Em dia de semana e com resultado já
previsto, Esplanada deve ter menos público do
 que no dia da votação na Câmara

O Tempo

Brasília volta a se preparar para manifestações contra e a favor do impeachment na Esplanada dos Ministérios no dia de hoje. O muro de metal de 2,2 metros que separou os manifestantes em 17 de abril, dia da votação da admissibilidade do impeachment na Câmara dos Deputados, voltará a ser usado, assim como o esquema de segurança que inclui um corredor entre os lados do muro para separar grupos contra e a favor do impeachment.

Desde ontem à noite, o trânsito foi fechado no entorno da Esplanada dos Ministérios.</CW> Apesar do aparato, o próprio governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), já prevê que a votação deve atrair menos gente do que os 80 mil manifestantes que estiveram presentes no último 17 de abril.

Fogo. Em vários pontos do país manifestantes
queimaram pneus para interromper o tráfego

Isso porque, além de a votação acontecer num dia de semana, o resultado já é esperado. Os principais movimentos sociais não convocaram manifestações. O Movimento Brasil Livre (MBL) não fala de protestos em sua página. A reportagem tentou conversar com os organizadores do movimento ontem, mas não obteve resposta.

Já os grupos contra o impeachment, coordenados pela Frente Brasil Popular, preveem para hoje apenas uma ação conhecida como “Operação Ocupa Senado”, às 9h. A expectativa é que manifestantes partam de caravana de vários pontos do país e formem um cerco humano ao Congresso Nacional, caso seja aprovado o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Segurança. O acesso ao prédio do Senado estará restrito a parlamentares, servidores da Casa, profissionais de imprensa e assessores previamente credenciados. Todas as pessoas que entrarem no prédio terão que passar pelo detector de metais, exceto parlamentares. Nenhum servidor poderá entrar na Casa com banners ou cartazes. A entrada de assessores de deputados nas dependências do Senado também não será permitida.

Com um plenário bem menor que o da Câmara, o Senado terá a segurança redobrada. Os senadores e cada um dos seis blocos parlamentares poderão levar apenas um assessor cada. Parentes de senadores terão de ficar nos gabinetes dos parlamentares.

Já as galerias, que normalmente são ocupadas por visitantes, serão reservadas aos profissionais de imagem da imprensa (cinegrafistas e fotógrafos) e às rádios que farão transmissão da sessão. 

Agressão

Espírito Santo. Um jornalista que cobria os protestos contra o impeachment em Vitória (ES) foi agredido por manifestantes e uma equipe de TV foi encurralada para que não fizesse a cobertura.