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domingo, 1 de maio de 2016

JOVENS Número de eleitores de 16 e 17 anos cai no Estado

Entre desilusão e expectativa, mineiros se dividem quando tema é o título de eleitor


Facultativo. O número de jovens eleitores de 16 e
17 anos tem diminuído nos últimos quatro anos
O Tempo
Eles têm apenas 16 anos, mas já estão decepcionados com a política brasileira. E, enquanto alguns deles acreditam que por meio do voto podem ajudar a “mudar o país”, outros afirmam que, para ir às urnas, é preciso ter maturidade – que dizem carecer. Esses relatos foram confidenciados a O TEMPO, por jovens que já podem participar, facultativamente, das eleições municipais deste ano.
Enquanto o número de eleitores acima de 70 anos vem crescendo em Minas, conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), a quantidade de jovens entre 16 e 17 anos diminuiu em relação à última eleição municipal, realizada em 2012. Se, naquele ano, eles chegavam ao número de 287 mil eleitores, agora o montante caiu para 171 mil.

A estudante Grazielle Pires, que está ansiosa para ir às urnas neste ano, credita a diminuição do eleitorado jovem à situação política e econômica do Brasil. “O atual cenário político do país desanima qualquer pessoa a começar sua vida política. Muitos dos meus colegas decidiram não votar agora por não acreditarem nos políticos”, afirma.
Mas, nem por isso, ela apoia a decisão de deixar de comparecer as eleições. “Independente da situação do país, é importante votar. E, mesmo só com 16 anos, creio que já tenho maturidade suficiente para escolher quem vai me representar”.
Dúvida. A experiência é um dos pontos que divide os adolescentes na hora de decidir votar. Ainda com voz de menina, Isabelle dos Reis, 16, diz que é muito nova para ir às urnas. “Eu ainda não sei direito em quem votar. Quando estiver com 18 anos, vou ter mais maturidade. Não quero votar por obrigação, como a maioria das pessoas que conheço fazem, mas, sim, com consciência”.
Já Fernanda Oliveira, da mesma idade, diz que não irá participar do pleito deste ano porque crê que seu voto não fará diferença. “Do jeito que estão as coisas, não está valendo a pena tirar meu título, me esforçar, ter que pesquisar um bom candidato, sendo que não tem nenhum. Qualquer um que estiver lá vai ser a mesma coisa”, diz.
O desencanto da jovem pela a atual política, contrasta com o idealismo de Iago Costa, 16, que está contando os dias para as eleições. Entusiasmado, ele acredita que todo o voto conta, e tenta incentivar os amigos a fazerem o mesmo. “Eu me sinto decepcionado com a política. Mas creio que com o voto podemos tentar mudar o Brasil”, afirma ele.
Colega de turma do rapaz, Maria Júlia Vieira, 16, conta que se interessou mais pela política após as últimas eleições presidenciais, em 2014. Ela confidencia que, a partir daí, percebeu a importância do voto. “Votando ou não, alguém vai ser eleito. Então, desistir do voto não vai resolver nada”. Durante a fala acelerada, a menina sonha com um país melhor. “O Brasil tem história, mas também tem futuro. Nós não devemos ficar de luto, o Brasil não morreu, temos que lutar juntos.]
Descrença na política é um dos fatores de queda, diz especialista

A queda do número de jovens votantes nos últimos quatro anos está atribuída a vários fatores, conforme explica o professor de Ciências Políticas da Unicamp Wagner Mourão. “Um dos pontos é a diminuição do número de jovens dessa faixa etária na população. Outro fator é que há uma certa descrença na política, claro que não só dos jovens. Essa descrença está atribuída a sensação de que pouco importa o meu voto, e a de que todos os políticos são iguais”. O especialista também ressalta que o comparecimento dos jovens às urnas nas eleições municipais é mais comum “porque a eleição municipal tem uma penetração maior na cidade”.

Segundo o diretor geral do Tribunal Regional Eleitoral de Minas, Adriano Denardi, a diminuição do número de jovens eleitores é um desafio para a entidade. “Nós acreditamos que a força da democracia vem do povo. Não queremos que os jovens se desencantem pela política. Claro que a política tem os seus problemas, mas a eleição é o melhor caminho para o país”, afirma ele. (FA)

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