Pagamento ao presidente da Câmara foi feito em 36 vezes em contas na Suíça e em Israel
Segundo a publicação, propina era cobrada diretamente por Cunha, sem intermediários e em encontros pessoaisUeslei Marcelino/03.11.2015/Reuters |
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O presidente da Cãmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu R$ 52 milhões em propina para liberar dinheiro do FI-FGTS. O pagamento foi feito em 36 vezes em contas desconhecidas na Suíça e em Israel. As informações constam da delação premiada de dois novos nomes à PGR (Procuradoria-Geral da República) e foram divulgadas nesta quarta-feira (16) no site da revista Época.
O FI-FGTS é um fundo de investimento de natureza privada que tem o objetivo de viabilizar a aplicação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em investimentos em empreendimentos dos setores de energia, rodovia, ferrovia, hidrovia, porto, saneamento e aeroportuário.
A dupla informou aos investigadores que, ao contrário dos outros casos da Lava Jato, a propina era cobrada diretamente por Cunha, sem intermediários e em encontros pessoais.
Essas informações foram levadas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, que relata a Operação Lava Jato. Depois disso, autorizou as buscas na última terça-feira (14). De acordo com a revista, um homem indicado para cuidar das loterias e do FGTS na Caixa, Fábio Cleto, é um dos alvos dessa nova linha de investigação.
A PGR foi clara: "Seguindo no esquema ilícito, Eduardo Cunha se valia de sua influência sobre Fábio Cleto para aprovar a liberação dos investimentos do FI-FGTS e cobrava valores neste sentido dos empresários interessados”. O FI-FGTS possuía R$ 31,9 bilhões em ativo total em 2014, conforme relatório de gestão.
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