DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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domingo, 5 de junho de 2016

DENÚNCIA Petista aposta na Assembleia

Defesa do governador deposita suas fichas no apoio de deputados para evitar andamento da ação


Posição. Levantamento de O TEMPO aponta que
26 deputados estaduais defendem consulta à Casa
Jornal o Tempo
Com a vitória de anteontem na Justiça, que mandou suspender temporariamente o andamento da denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro contra o governador de Minas na operação Acrônimo até que a Corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se reúna e anuncie sua decisão final, a defesa de Fernando Pimentel (PT) aposta suas fichas na Assembleia Legislativa. A intenção é fazer com que uma eventual decisão sobre o prosseguimento do processo fique nas mãos do plenário da Casa, onde o petista confia ter maioria.

Um levantamento feito por O TEMPO junto aos parlamentares mostra que o apoio esperado não está totalmente garantido. Dos 64 parlamentares ouvidos pela reportagem ao longo de três dias, 20 disseram ser contra a possibilidade de a Assembleia ser consultada sobre a continuidade do processo e outros 14 afirmaram ainda não ter uma opinião definida sobre a questão. Vinte e seis deputados disseram ser favoráveis à consulta ao Legislativo, quatro preferiram não se pronunciar e 13 não foram encontrados. A Casa é formada por 77 parlamentares.
Entre os petistas, a expectativa é que a Assembleia seja ouvida. Dos 28 nomes da base consultados, 17 disseram ser a favor da consulta. Se a Assembleia for ouvida, o governo precisará de 27 votos: um terço mais um.

Apesar de o questionamento da reportagem não ter sido sobre se o governador deve ou não ser afastado, a omissão da maior parte dos peemedebistas, aliados de Pimentel, chama a atenção. Entre os 13 parlamentares da sigla ouvidos, apenas quatro declararam abertamente ser favoráveis a uma consulta ao Legislativo. Na maior parte dos casos, os peemedebistas disseram que não se sentem à vontade para se posicionar diante de uma questão que consideram ser jurídica e, por isso, esperam uma determinação final da Justiça. Cinco disseram não saber como se posicionar e outros três não quiseram emitir opinião. Um não foi encontrado. “Não podemos antecipar uma coisa que ainda não tem decisão final do STJ”, disse Isauro Calais. “Temos que entender que nem foi aberto um processo. Não dá para antecipar nada”, explicou Vanderlei Miranda, líder da maioria.

Braço direito de Pimentel na Casa, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (PMDB), informou, por meio de sua assessoria, que não poderia opinar sobre a questão e, portanto, deverá se manter isento. Oficialmente, o discurso é o de que o “PMDB não é base, é governo”. Já na condição de anonimato, as declarações de alguns mudam. “Hoje apoiamos o governo. Mas será difícil se posicionar contrário à investigação se a Casa for chamada a opinar. Vivemos uma pressão popular”, afirmou um correligionário.

O clima é de desconfiança entre petistas e peemedebistas, principalmente em relação à postura do vice-governador Antônio Andrade (PMDB). Como mostrou a coluna Aparte, recentemente, Andrade tem tido atitudes interpretadas como suspeitas pelo PT e até pelo PMDB como a ausência recente em uma reunião do núcleo duro do Executivo e suas idas constantes a Brasília na companhia de apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff.

‘Não me achou’

Omissão. Alguns deputados disseram ser contra a consulta à ALMG, mas pediram para que fosse registrado que são a favor. Outros dois perguntaram: “não pode colocar que não me achou?”. 

Posicionamento

Base governista. Dos 32 deputados que compõem a base do governo na Assembleia, 17 disseram ser favoráveis à consulta do processo pela Casa. Um deputado foi contrário, seis não souberam responder, quatro não quiseram se pronunciar e quatro não foram encontrados.

Independentes. Entre os 25 membros dos partidos independentes, oito demonstraram ser favoráveis à consulta e três foram contrários. Sete deputados não souberam responder e sete não foram encontrados.

Oposição. Já entre os 20 parlamentares de oposição, 16 disseram ser contrários à consulta, um foi favorável, um não soube responder e dois não foram encontrados. 

Redação: Jornal o Tempo

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