DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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sexta-feira, 10 de junho de 2016

DRAMA Mãe busca filhos sequestrados

Polícia Civil investiga paradeiro de crianças de 2 e 5 anos, que teriam sido levadas à força pelo pai

Apelo. Nas redes sociais, imagens de empresário e
crianças são usadas para tentar localizar paradeiro
Uma blogueira de 35 anos tenta, há mais de 15 dias, localizar os filhos – uma menina de 2 anos e um garoto de 5 – que teriam sido sequestrados pelo próprio pai. O caso é investigado pela Polícia Civil, e a Justiça já emitiu um mandado de busca e apreensão para que as crianças sejam devolvidas a Ednéia Mariano Couto Fortes, moradora do bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ednéia conta que, após uma briga com o marido, o empresário Eduardo Antônio Couto Fortes, 36, há pouco mais de um mês, ela teve a guarda de seus dois filhos retirada pela Justiça. Os dois estão separados desde então. Ela também teria sido agredida por Fortes. Ao entrar com um recurso e receber um parecer favorável da Justiça para reaver a guarda dos filhos, no dia 26 de maio, ela foi até a casa do homem, que se recusou a abrir a porta. Quando voltou com reforço da polícia, ele já havia fugido com as duas crianças.
“Eu fui agredida e entrei com uma medida protetiva pela Lei Maria da Penha. Como retaliação, ele conseguiu um laudo falso dizendo que eu não tinha condições de criar os meus filhos. Um juiz acatou o pedido, e perdi a guarda das crianças”, explicou Ednéia.

“Na mesma semana, consegui provar que nunca havia me consultado com esse médico e consegui um parecer favorável”, completou ela, que tem como profissão escrever sobre maternidade, estudar e dar dicas sobre o tema. A blogueira também usou as redes sociais para fazer um apelo e tentar localizar as crianças.

Medida Protetiva. Ednéia já havia conseguido, no último mês, uma ordem da Justiça para que o ex-marido não se aproximasse mais dela. Agora, seus advogados tentam a prisão preventiva do empresário, e o caso corre em segredo de Justiça.

“Ninguém sabe onde eles estão, a família dele o acoberta, e não sei mais o que fazer”, lamentou. Além disso, ela está grávida de dois meses e meio, em uma gestação de risco. 

A Polícia Civil confirmou que há uma investigação em curso, mas até o fechamento desta edição, não havia nenhuma informação sobre as crianças e o pai. 

Defesa
Resposta. Os advogados de Eduardo Fortes foram procurados pela reportagem, mas optaram por não dar nenhuma informação ou versão do caso, alegando que ele corre em segredo de Justiça. 
Saiba mais
Polícia. De acordo com a Polícia Civil, a Justiça acatou pedido da delegada de um mandado de busca e apreensão para as crianças.

Crimes. Os advogados de Ednéia Fortes queriam a prisão de Eduardo Fortes
pelo crime de subtração de incapaz e pela agressão.

No caso da subtração, a delegada entendeu que era um crime de menor potencial ofensivo e não pediu a prisão. No caso da agressão, eles aguardam decisão da Justiça. Por envolver menores de idade, o caso corre em segredo de Justiça.

Laudo. O médico que fez o laudo falso sobre Ednéia foi denunciado pelo juiz do caso. Segundo o advogado da mulher, ele enviou a denúncia para o Ministério Público. O MPMG não confirmou o recebimento, justamente por estar em segredo de Justiça. Também foi feita uma denúncia ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que até o fechamento desta edição não havia se pronunciado. 

Separação veio após ameaças e agressão

Poucos dias antes da ordem judicial que retirou a guarda dos filhos de Ednéia Mariano Couto Fortes, 35, ela teria tido uma grande briga com seu ex-marido, o empresário Eduardo Couto Fortes, 36. Após ameaças e agressões físicas, ela conseguiu uma medida protetiva contra o homem. Antes disso, segundo ela, havia discussões na rotina do casal, mas nada que se comparasse ao último confronto.

Eles eram casados havia sete anos e, como conta Ednéia, a família de Fortes sempre apresentou resistência a ela. “Eles me ameaçavam desde sempre, dizendo que, se eu me separasse ou se qualquer outra coisa acontecesse, levariam meus filhos”, disse.

O advogado de Ednéia, Renato Marinho, relatou que, no dia da briga, o casal foi para a delegacia após um vizinho chamar a polícia. Foi lá que a delegada de plantão aplicou três medidas protetivas, impedindo que Eduardo se aproximasse de Ednéia, que voltasse para casa e que a contatasse. (BF)

Redação: Jornal o Tempo

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