DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

BH Viatura parada após meia-noite é aposta para inibir assaltos

PM apresentou nesta quarta estratégia que está sendo implementada em quatro bairros da região Centro-Sul


Resultado. Comandante de batalhão comemora redução
de crimes; segundo ele, ação está em vigor há quatro
semanas e há três não há roubos
O Tempo
Diante do crescimento de furtos de veículos e dos casos recentes de arrastão registrados em bares dos bairros Sion, Carmo, Anchieta e Cruzeiro, todos na região Centro-Sul de Belo Horizonte, uma nova estratégia de combate à criminalidade começou a ser implementada pela Polícia Militar. Viaturas estão sendo alocadas em pontos estratégicos com o objetivo de inibir crimes e aumentar a sensação de segurança de moradores e frequentadores da área, um polo de entretenimento da capital.
A medida já está em vigor há quatro semanas, mas nesta quarta foi apresentada pelos policiais militares do 22º Batalhão, responsável pelo policiamento da área, a comerciantes. Inicialmente, foram escolhidos três pontos mais afastados do movimento para base de viaturas. Nesses locais, o carro da PM ficará parado diariamente, a partir da meia-noite. A ideia é que elas também façam rondas por toda a região, mas que sempre voltem ao local de parada. O horário foi definido após estudo feito pela PM, que identificou duas quadrilhas atuando após esse horário, o que até então era incomum na área.

“Detectamos que havia duas gangues de motoqueiros se especializando em roubar pessoas em estabelecimentos na zona sul da cidade. Nunca tivemos isso em Belo Horizonte e começamos a identificar de onde vinham essas gangues”, explicou o tenente- coronel Olímpio Garcia, comandante do batalhão.
Segundo o policial, um dos membros foi preso – ele seria o mais violento dos criminosos. “Os outros já foram identificados e estão sendo monitorados”, contou Garcia. Ele ainda afirmou que mandados de busca e apreensão estão sendo requisitados.
Garcia informou já ter havido melhorias após o início da operação. “Há três semanas não temos nenhuma ocorrência desse tipo. Houve duas tentativas, inibidas pela polícia”. As ações serão intensificadas a partir desta quinta, e a ideia é que elas sejam permanentes.
Comerciantes comemoram a ação, vislumbrando um aumento no número de clientes. “Nossa região traz grande movimentação de pessoas e isso atrai bandidos. Mas estamos satisfeitos com essa estratégia que vai trazer tranquilidade aos frequentadores”, comemorou Fernanda Bicalho, representante da Associação Pium-í, Se Essa Rua Fosse Minha, que reúne comerciantes do Sion, Cruzeiro, Carmo e Anchieta.
Troca
Experiência. Para formatar as novas medidas de segurança, a PM buscou ajuda da polícia de São Paulo, cidade que já apresenta casos semelhantes há algum tempo e adota ações de prevenção.
Saiba mais
InvestimentosOs bares da região também reforçaram os investimentos em segurança privada. Novas câmeras foram instaladas, e as imagens de uma delas foram usadas na identificação de um dos membros das gangues que agiam na área do 22° batalhão.
Vigilantes. Os bares também contam com seguranças que atuam também como recepcionistas nos estabelecimentos. “São pessoas que têm uma maldade maior para identificar uma situação suspeita e agir da melhor maneira para acionar a polícia. Os manobristas também têm treinamento de segurança e ajudam a inibir ações contra os veículos”, afirma Fernanda Bicalho, comerciante da região.
Sociólogo defende medidas mais amplas para conter criminalidade

Robson Sávio, sociólogo e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, avalia que a ação da PM na região Centro-Sul pode funcionar, mas pondera que é preciso ir além. “Na área de segurança, uma medida pontual tem resultado pontual. Se encher de policial, enquanto eles estão ali, não acontece nada, mas depois podemos voltar à situação anterior. É preciso pensar também em medidas mais amplas”.

Sávio ainda salienta que a região não é foco de criminalidade intensa e que a ação pode ser uma resposta para uma região de alto poder aquisitivo, já que, segundo ele, “há indicadores mais elevados em outras regiões”. Como a ação é uma iniciativa do 22° Batalhão, a reportagem procurou a assessoria geral da PM às 20h30, mas não conseguiu contato para saber se há planos para expandir a medida a outras regiões. 

#CarroVazio alerta clientes sobre risco de objetos à vista

Além da atuação mais intensa da Polícia Militar após a meia-noite, outras ações serão adotadas como forma de prevenção à criminalidade. Um canal de acesso direto entre os comerciantes e a polícia foi criado, com o contato de um sargento do batalhão que ficará responsável por receber as denúncias locais. Também foi criado um grupo de WhatsApp, assim como já ocorre em regiões como a Savassi e o centro da capital, e há a expectativa de implantar câmeras do Olho Vivo.

“A gente pretende convencer a comunidade e buscar recursos para instalar videomonitoramento. Temos um projeto para conseguir, ainda neste ano, pelo menos nove câmeras de vigilância para aquela região (Anchieta, Carmo e Serra). Já estamos instalando várias nos bairros Sion e Serra e agora vamos buscar (recursos) para os outros pontos”, diz o comandante do 22° Batalhão, Olímpio Garcia. Segundo ele, estão sendo instaladas 108 câmeras.

Uma campanha educativa será realizada com o intuito de conscientizar as pessoas a não deixarem objetos dentro dos carros. A ação foi batizada como #CarroVazio.

“Há bandidos que se especializaram em arrombar veículos. Eles observam as pessoas quando saem do carro e mesmo quando elas colocam os objetos no porta-malas para fazer o furto”, contou Fernanda Bicalho, comerciante da região.

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