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sexta-feira, 22 de abril de 2016

CORRUPÇÃO Mantega e Giles Azevedo são citados por atuação em caixa 2

Acusações a ex-ministro e a assessor geral da Presidência aproximam investigações de Dilma


No alvo. Ex-ministro Guido Mantega é citado por
 Mônica Moura, mulher e sócia de João Santana
O Tempo
SÃO PAULO. Dois relatos que embasam tentativas de acordo de delação premiada nas operações Lava Jato e Acrônimo apontam o envolvimento de aliados diretos da presidente Dilma Rousseff (PT) em esquemas de caixa 2 nas campanhas da petista ao comando do país em 2010 e 2014.
Em um deles, a dona da agência de comunicação Pepper, investigada por prestar serviços em troca de recursos não contabilizados, apontou que Giles Azevedo, assessor especial da presidente, montou um esquema financeiro para abastecer as duas campanhas presidenciais com recursos ilegais. Paralelamente, a publicitária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, que atuou nas duas campanhas do PT, afirmou que o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES Guido Mantega intermediou o pagamento de caixa 2 na última disputa presidencial.
Na mira. Giles Azevedo, assessor geral da Presidência
da República, foi implicado pela dona da Pepper
De acordo com o jornal “O Globo”, em relato a procuradores federais de Brasília para tentar fechar acordo de colaboração premiada na Lava Jato, Mônica revelou que Mantega se reuniu com ela e indicou executivos de empresas que deveriam ser procurados para ela receber contribuições em dinheiro, que não passaram por contas oficiais do PT e não foram declaradas à Justiça Eleitoral. 

De acordo com a reportagem, a publicitária também revelou que pelo menos R$ 10 milhões teriam sido pagos a ela e a João Santana fora da contabilidade oficial na campanha de 2014. Além disso, afirmou que a prática de caixa 2 também teria ocorrido em 2010 e na campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006. Campanhas municipais, como as de Marta Suplicy (2008, em São Paulo), Gleisi Hoffmann (2008, em Curitiba) e Fernando Haddad (2012, em São Paulo) também teriam utilizado a prática ilegal.

Mônica Moura afirmou que registrou em uma agenda os encontros com interlocutores indicados por Guido Mantega, que teriam ocorrido em hotéis e restaurantes de São Paulo. O objetivo seria recolher contribuições, que eram repassadas por meio de malas de dinheiro.
A sócia de João Santana já havia revelado que a Odebrecht pagou R$ 4 milhões não registrados à campanha de Dilma Rousseff. O dinheiro teria sido entregue a Mônica e usado para pagar fornecedores na área de comunicação. A publicitária também diz ser capaz de indicar outras empresas que teriam repassado R$ 6 milhões à campanha com o mesmo objetivo.
PepperNo caso da delação de Danielle Fonteles, da agência Pepper Interativa, investigada em outra operação, a Acrônimo, o relato é que a empresa teria sido usada para receber o dinheiro de outras firmas e repassar a integrantes das campanhas de Dilma.
A publicitária teria confessado, segundo a revista “IstoÉ”, que recebeu recursos “por fora” usando contratos fictícios ou superestimados assinados com a Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht, Propeg e “uma grande empresa de assessoria de comunicação que tem contratos com o governo”. Tudo teria sido combinado com Giles Azevedo.
A dona da Pepper, segundo a revista, disse que recebeu de maneira ilegal R$ 6,1 milhões da Andrade Gutierrez, ratificando delação premiada que Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, fez à Operação Lava Jato.
A Pepper teria pago funcionários do comitê de Dilma na campanha de 2010.
A lista
JornalistasA “IstoÉ” diz também que Danielle Fonteles entregou aos investigadores uma lista contendo o nome de dezenas de jornalistas destinatários da verba repassada pela agência Pepper.
Acusados negam irregularidades

BRASÍLIA. O ex-ministro Guido Mantega reconhece ter se encontrado com Mônica Moura, mas nega a acusação de que teria atuado em um esquema de uso de recursos não contabilizados. O coordenador jurídico da campanha de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, negou ter havido caixa 2 na campanha pela reeleição da presidente e também que Mantega tenha solicitado a empresários valores para a eleição.

Ao jornal “O Globo”, o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, reforçou a negativa. “Foram duas ou três conversas (de Mantega com a mulher e sócia de João Santana), jamais no ministério (da Fazenda). Se ele conversou com Mônica em algum momento, foi somente quando indagado sobre dados técnicos e econômicos para elaboração de produtos de comunicação para a campanha. Quem tratava de recursos era o tesoureiro”, afirmou o defensor do ministro ao jornal carioca.

No caso da negociação para a delação premiada de Danielle Fonteles, que cita Giles Azevedo, o advogado da possível delatora, Cléber Lopes, diz que sua cliente é amiga do assessor da Presidência, mas que as informações atribuídas na reportagem são falsas. “Minha cliente nunca disse o que está escrito ali”, garantiu.

Danyelle Galvão, advogada de Giles, diz que seu cliente não conhece o depoimento, mas que os fatos nunca ocorreram.

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