BILHETAGEM ELETRÔNICA Setra garante que cobradores não serão demitidos

Medida é exigência para manter PL tramitando

Protesto. Na última segunda-feira, 50% das linhas
 de ônibus não circularam em Belo Horizonte

O Tempo

Em reunião nesta quarta com representantes de motoristas e cobradores de ônibus, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) garantiu que não haverá demissões no setor com a sanção do Projeto de Lei 1.881/2016, que prevê a instalação de sistema de bilhetagem eletrônica nos coletivos. Em entrevista a O TEMPO, o presidente do Setra-BH, Joel Jorge Paschoalini, defendeu a lei afirmando que ela ajudará na diminuição de assaltos.

“Os roubos a coletivos vêm aumentando mês a mês. Esse projeto, entendemos, irá contribuir para a diminuição desses crimes e dar mais segurança aos funcionários. Nos reunimos hoje (nesta quarta) com o sindicato dos profissionais, mostramos isso a eles e demos garantias de que não haverá demissões”, afirmou o presidente do Setra-BH.

O sindicato patronal, porém, não apresentou o detalhamento dessas garantias, o número de empregos que serão mantidos e nem um período de tempo para que essas dispensas não ocorram. “Se, no futuro, houver a necessidade de cortes de cobradores, vamos nos reunir primeiramente com eles para buscarmos uma solução sobre o assunto”, disse Paschoalini, acrescentando que muitos cobradores acabam virando motoristas com o apoio das próprias empresas de ônibus.

Sanção. Um acordo entre sindicatos patronais e dos trabalhadores é tido como imprescindível pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) para que o projeto de lei seja sancionado. O texto final do PL, de autoria do vereador Autair Gomes (PSC), deverá ser encaminhado à prefeitura ainda nesta semana. “Vou pessoalmente entregá-lo ao prefeito. Acredito ser importantíssimo esse compromisso do Setra”, disse o presidente da Câmara, Welinton Magalhães (PTN).

Nesta quarta, após a reunião, o Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH) foi procurado pela reportagem por telefone. No entanto, nenhum dos diretores haviam sido encontrados até o fechamento desta edição. Na última segunda-feira, os rodoviários realizaram uma paralisação que atingiu 50% da frota da capital pedindo o veto ao Projeto de Lei 1.881/2016.

Eles argumentavam que, além do risco de demissões, não houve diálogo durante a tramitação do projeto.

Em nota divulgada nesta terça, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que aguardaria um entendimento entre os sindicatos “para atender as necessidades de adequação dos procedimentos de cobrança das tarifas e da aquisição de créditos pelos usuários do transporte coletivo, mas levando em conta o momento econômico atual e buscando reposicionar os profissionais em outras atividades”, conforme o texto.

Votação

Simbólica. O PL 1.881/2016 foi aprovado no plenário da Câmara Municipal no último dia 19 em uma votação simbólica. Não há data para que ele seja sancionado ou vetado.