DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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quinta-feira, 14 de abril de 2016

ESTUDO Chance de afastamento é 90%

Análise estatística aponta que 73% dos deputados devem votar a favor do impeachment de Dilma


Processo. Rito da votação de retirada da presidente
do cargo poderá influir na opinião dos indecisos;
Estados do Sul começam o pleito
O Tempo
São Paulo. A chance de o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff passar na Câmara subiu para 90%, de acordo com análise estatística do professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely.
Segundo o estudo, se a votação fosse hoje, 73% dos deputados votariam a favor do afastamento. A análise foi feita a partir de levantamento realizado pela reportagem com 509 deputados até as 18h30 de anteontem.

Para que o processo seja aprovado, são necessários votos de 342 parlamentares, ou 67% do total. A Câmara tem 513 deputados, e a decisão está prevista para ocorrer no domingo.
A estatística considera que todos os deputados estarão presentes na votação. Cada falta implica um voto a favor do processo a menos. A partir da ausência de mais de 5% (27 deputados), cairia o número de votos favoráveis à saída de Dilma, e o resultado da votação se inverteria.
Os dados indicam crescimento da chance de impeachment em relação a levantamento anterior, que contou 71,9% de votos favoráveis ao afastamento de Dilma.
O algoritmo construído pelo professor parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do Estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto. Até ontem, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, 29 deputados estavam indecisos, e 33 ainda não haviam se posicionado sobre o impeachment.
Sequência. Outro fator que deverá influir na opinião de quem ainda não declarou abertamente seu voto é a ordem de votação estipulada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele determinou que a votação começará pelos Estados do Sul do Brasil.
A medida deve provocar um “efeito manada” entre os deputados que estiverem indecisos até o dia da votação, já que a estimativa indica que, registradas as posições de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, o percentual de votos favoráveis ao impeachment já terá atingido cerca de 78%.
Se em algum momento a votação estiver decidida, os deputados podem mudar de opinião ou se abster.
O algoritmo foi construído como exercício de previsão com fins didáticos e de demonstração do uso de técnicas de análise de dados em problemas práticos, afirma o professor da UFPel. Ely atua nas áreas de previsão, análise de dados, séries temporais e finanças. Contribuíram com o projeto os professores Cláudio Shikida (UFPel) e Bruno Speck (USP).
Rio de Janeiro
Protestos. Grupos pró e contra o impeachment convocaram manifestações para a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no próximo domingo. A PM precisou intervir para que os atos não ocorressem no mesmo horário.
Pedido
VolumesOs textos que integram o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, incluindo o parecer favorável da comissão especial, foram publicados ontem no “Diário da Câmara dos Deputados”.
Tamanho. Os textos ocupam 11 volumes do diário, em quase 10,5 páginas. Anteontem, o parecer da comissão, aprovado por 38 votos a 27, foi lido para um plenário quase vazio pelo primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). Ele gastou cerca de quatro horas e meia com a tarefa.
Etapa. A publicação é o passo seguinte do procedimento. Na sexta-feira, o plenário da Câmara abrirá a sessão de discussão do pedido do impeachment.

Números
11 volumes ocupam os textos do impeachment
10,5 mil páginas, contando com o relatório da comissão
4h30 foi o tempo necessário para a leitura dos textos

EUA acreditam que Brasil superará crise

Washington.  A Casa Branca expressou confiança de que o Brasil resolverá sua crise política nos termos estabelecidos pela Constituição e pelas leis em vigor. A situação do país foi levantada anteontem por um jornalista americano no “briefing” diário realizado por Josh Earnest, porta-voz do presidente Barack Obama.
Segundo ele, a posição do líder americano continua a ser a mesma manifestada em sua visita à Argentina, no mês passado. “O presidente afirmou sua confiança na durabilidade do governo brasileiro e da democracia brasileira e em sua capacidade para superar os ventos políticos contrários que enfrentam no momento”, disse. Earnest ressaltou ainda a crença de Obama de que o sistema de governo brasileiro permitirá a resolução das “preocupações” que foram levantadas pela crise política. 
Avaliação. Porém, qualquer que seja o ocupante do Planalto após o resultado do impeachment da presidente Dilma Rousseff terá problemas para governar, devido à polarização da sociedade e à fragilidade de qualquer base que possa ser montada num Congresso onde seis em cada dez membros respondem por crimes.
A conclusão é de um memorando do departamento de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos, produzido no dia 6 de abril e divulgado por uma ONG anteonte. “A sociedade brasileira se tornou crescentemente polarizada, e muitos provavelmente verão o resultado do processo de impeachment como ilegítimo”, escreveu Peter J. Meyer, analista do Congressional Research Service (CRS) para questões da América Latina. 
Na análise, ele observa que a polarização brasileira não deve acabar após o resultado do impeachment. Por isso, uma reforma econômica e também questões do dia a dia, como a resposta do Brasil ao surto do zika vírus e as preparações para as Olimpíadas de 2016, também poderiam ficar prejudicadas, segundo o texto.

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