DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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sábado, 9 de abril de 2016

Prefeito de BH corta lanche dos professores nas escolas

Marcio Lacerda (PSB) culpa "grave crise" para deixar servidores sem merenda

Sindicato questiona se prefeito vai cortar benefícios de secretários e comissionados que ganham altos saláriosPrefeitura de BH / Divulgação
R7
Professores e servidores não terão mais merenda nas nas escolas municipais de Belo Horizonte a partir do dia 15 de abril. A administração Marcio Lacerda (PSB) culpa a "grave crise econômica que afeta o país" para cortar o lanche dos funcionários.
Somente terão o benefício mantido os servidores que passam mais de seis horas nas instituições (eles recebem o crédito em folha) e os terceirizados, que possuem vale-refeição. A prefeitura alega que a medida é necessária para manter o lanche destinado aos alunos.
No dia 5 de abril, Marcio Lacerda divulgou no Facebook que a PBH recebeu o "Prêmio Nutrir" comemorando que a honraria "destaca os melhores projetos de educação alimentar do país". A postagem recebeu uma enxurrada de críticas dos servidores.

Uma funcionária reclamou que creches e escolas estão sem comida.
— Belo Horizonte deve estar educando muito bem os alimentos, porque eles devem estar tão cansados de aprender que nem estão conseguindo chegar nas creches e escolas... as crianças estão sem merenda, mas quem sabe elas possam comer este prêmio!
Outro morador perguntou se a crise também fez o prefeito cortar o lanche do gabinete:
— Queremos saber, Marcio Lacerda, se o lanche aí do gabinete também foi cortado. Se Josué Valadão [secretário de Obras e pré-candidato a prefeito] não tá podendo tomar café e se Délio Malheiros [vice-prefeito e também pré-candidato] tem que levar marmita de casa (sic).
Leite puro
Diretora do Sind-Rede, o sindicato que representa os professores, Neide da Silva Resende questiona a escolha da prefeitura em cortar o lanche dos educadores. 
— Em momentos de crise fazemos escolhas. A prefeitura escolheu cortar a merenda dos professores e precarizar a dos alunos. Achamos que deveria cortar em outras áreas. Os secretários, que ganham R$ 20 mil, receberam reajuste. São milhares cargos de confiança com salários altos, gastos milionários com propaganda. 
Conforme a sindicalista, o cardápio variado ficou só no papel. 
— Nas Umeis [educação infantil] tinha vitamina, biscoito, fruta. Agora tem só leite puro para os meninos. 
Repasses congelados
Atualmente são investidos R$ 73,5 milhões na alimentação escolar em BH. Um terço disso (R$ 23,5 milhões) vem do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), repassado pelo Governo Federal, que varia entre R$ 0,30 e R$ 1,00 por aluno, diariamente, dependendo da faixa etária e do tempo de permanência na escola.
A prefeitura reclama que os valores são "os mesmos praticados desde dezembro de 2009 e destinam-se a compra de gêneros alimentícios para o atendimento exclusivo de alunos. A maior parte do custeio da alimentação escolar fica para o município".
Como a prefeitura alega que não tem recursos, não há prazo para o retorno do lanche aos servidores nas escolas municipais.
Belo Horizonte recebeu pelo segundo ano consecutivo o Prêmio Nutrir, que

destaca os melhores projetos de educação...

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