DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CONTROLE Lula reclama que Dilma não controla as investigações

Ex-presidente avalia que Ministério da Justiça deveria impedir ‘abusos’ cometidos pela PF


Estremecida?. Relação entre Dilma e Lula estaria
tensa por que o ex-presidente esperava ter
maior apoio da sucessora neste momento
O Tempo
São Paulo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se queixou com amigos, nos últimos dias, da ausência de manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff em sua defesa desde o recrudescimento do bombardeio contra ele. Na avaliação de Lula, o Ministério da Justiça deveria coibir “abusos” da Polícia Federal para devassar sua vida nas investigações.
Em reunião com dirigentes do PT, deputados e advogados, Lula argumentou que, diante do desgaste sofrido, é preciso uma nova estratégia de comunicação. A ideia do PT para estancar a crise é montar uma rede de apoio ao ex-presidente, na linha “somos todos Lula” – incluindo políticos de outros partidos e representantes de movimentos sociais –, com ações de rua e de mídia.

Dilma confirmou presença na comemoração dos 36 anos do PT, marcada para os dias 26 e 27, no Rio, quando a cúpula do partido fará um desagravo a Lula. No ato, os petistas baterão na tecla de que há uma “caçada política” contra o ex-presidente para interditar o PT, inviabilizar o governo e derrotar a esquerda nas eleições de 2018. Lula sempre foi o “plano A” do PT para a sucessão de Dilma, mas agora depende das investigações.
O Planalto foi informado da insatisfação do ex-presidente no dia 28, um dia depois de Dilma ter voltado de viagem a Quito. Na ocasião, ao ser questionada se a Lava Jato se aproximava de Lula, Dilma criticou as “insinuações” contra ele e disse achar “extremamente incorreto” esse tipo de vazamento, mas não quis se alongar.
Embora o ex-presidente esperasse mais solidariedade da sucessora, um integrante do Instituto Lula tentou pôr panos quentes. “Como é que a Dilma vai defender o Lula se ela própria não consegue se defender?”, perguntou ele, sob a condição de anonimato, em referência ao cerco contra o Planalto.
Lula é alvo da operação Zelotes, que investiga um esquema suspeito de “compra” de medidas provisórias em seu governo. O Ministério Público de São Paulo, por sua vez, apura a suspeita de ocultação de patrimônio relacionada à compra de um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá, no litoral paulista. A Lava Jato também vasculha benfeitorias executadas por empresas envolvidas no escândalo da Petrobras em um sítio frequentado por Lula e sua família, em Atibaia (SP).
No Planalto, auxiliares de Dilma comparam as investigações da Polícia Federal à CPI dos Bingos, batizada de “Fim do mundo” pelo ex-presidente por abrir várias frentes contra o governo e o PT, em 2005 e 2006. Ministros dizem não ter dúvidas de que a oposição quer “esquentar” o processo de impeachment contra Dilma, jogando os holofotes sobre Lula.
“Se estão fazendo isso contra um ex-presidente, imagine o que não vão fazer com a classe política?”, disse o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.
Restrito
ZeloSegundo o colunista Lauro Jardim, a estratégia da presidente Dilma é apenas condenar os “exageros” das investigações. Ela não gostaria de se envolver, para não juntar duas crises com sua imagem.
‘Disponibilizaram o sítio para ele usar’

Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal “O Globo”, o prefeito de São Bernardo e um dos principais aliados de Lula, Luiz Marinho, disse que os donos “disponibilizaram” a propriedade para o petista, o que significa, no seu entender, entregar a chave, permitir que o local seja mobiliado e dar prioridade de compra a quem usa.

“Do que eu conheço, tem duas pessoas que compraram o sítio e disponibilizaram para ele usar, com comprovação de fontes pagadoras. Portanto, não tem absolutamente nenhum problema. Rigorosamente, hoje, o sítio não é dele. O sítio é de amigos”, disse.

Questionado por que alguém faria um “favor” deste ao ex-presidente, Marinho disse que tem que perguntar para os donos do imóvel.

Já sobre o apartamento no Guarujá, Marinho disse que Lula não quis, “era um muquifo”, com “uma escadinha horrorosa”. E, segundo Marinho, Lula teria dito que como ele “já estava ficando idoso”, não seria viável. Perguntado sobre as obras da OAS, Marinho disparou: “(Ela) cobraria pela obra. Portanto, não tem nenhum crime aqui”.

Lei teria beneficiado proprietário

Brasília. Uma lei assinada pelo então presidente Lula em maio de 2010 estimulou uma nova linha de negócios de um dos donos do sítio frequentado pelo petista em Atibaia (SP).

A lei obrigou todas as instituições de ensino públicas e privadas a possuir, até 2020, pelo menos uma biblioteca com no mínimo um título por aluno. A coleção pode existir “em qualquer suporte”, abrindo margem para bibliotecas virtuais.

Meses depois da lei, o empresário Jonas Leite Suassuna Filho, 57, que em 2009 virou sócio do filho do presidente, Fábio Luís, o Lulinha, na firma de jogos eletrônicos Gamecorp, criou a plataforma virtual “Nuvem de Livros”, que poderia ser usada para permitir que escolas tivessem acesso a uma biblioteca virtual e, assim, pudessem cumprir a legislação.

A relação entre o novo negócio e a lei assinada por Lula foi estabelecida pelo próprio Suassuna em palestra na feira de informática Campus Party de 2013.

As informações divulgadas pelo grupo nas páginas das empresas de Suassuna na internet não permitem saber se o empreendimento deu certo ou não no ponto específico previsto na lei assinada por Lula.

O advogado de Jonas Suassuna, Wilson Pimentel, disse que “não tem cabimento” afirmar que seu cliente foi beneficiado pela lei assinada pelo então presidente Lula. “É aberto para todos, qualquer um pode fazer um projeto de fôlego”, afirmou o advogado. Sobre o sítio em Atibaia, o defensor disse que Suassuna possui apenas um terreno, contíguo à propriedade de Fernando Bittar.

Posicionamento

Orientação. Desde que o sítio em Atibaia e o tríplex em Guarujá passaram a atormentar Lula, aliados e militantes de esquerda se perguntam quando o ex-presidente falará. Querem que ele una a tropa, ditando a defesa.

Cuidado. Mas amigos aconselham o petista a só se posicionar publicamente depois que Fernando Bittar e Jonas Suassuna, donos do terreno em Atibaia, derem suas explicações. Qualquer declaração divergente pode servir para desgastá-lo ainda mais. Quem se encontra com o ex-presidente diz que ele não toca nos assuntos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário