DIREITOS HUMANOS PARA AS PESSOAS DE BEM, CADEIA PARA OS BANDIDOS

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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Violência dificulta ação de agentes de saúde e deixa aglomerados vulneráveis

Pedreira Prado Lopes é um dos aglomerados de BH
que têm a fiscalização prejudicada pela violência
Hoje em Dia
A concentração de esforços no combate ao Aedes aegypti pode não ter o efeito esperado em Belo Horizonte. Apesar de a ordem ser vistoriar todos os imóveis da cidade, casebres localizados em vilas e favelas têm ficado de fora do pente-fino, criando nesses locais refúgios do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

O motivo dessa lacuna na fiscalização é a violência resultante do tráfico de drogas. Em situações de tensão nos morros, agentes de endemia são alertados por lideranças comunitárias a interromper as ações por questões de segurança.

A briga entre gangues do aglomerado da Serra adiou um mutirão. “O carro de som até passou para avisar sobre a limpeza, mas está muito perigoso. Os moradores não aceitam a nossa visita”, contou, na semana passada, uma agente de saúde que pediu para não ter o nome divulgado.

O mesmo aconteceu no Morro do Borel, em Venda Nova, também na última semana. “Quando a disputa pelo tráfico de drogas fica grande, nós temos de interromper os trabalhos”, afirma uma agente.

“A insegurança interrompe o trabalho de vistoria nos imóveis. Becos, vielas e locais de difícil acesso viram criadouros do mosquito”, diz um morador.

MEDO DA ZIKA

No aglomerado da Serra, a dona de casa Nayara Rita de Assis, grávida de cinco meses, se diz vulnerável com as poucas vistorias. “Perto da minha casa, há vários locais de risco. O trabalho de limpeza acaba ficando com a minha família e vizinhos”, conta.

ESTRATÉGIA

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) conta com a intervenção de líderes comunitários para garantir a atuação dos agentes. Diante de situações de conflito, reforça, os trabalhos são adiados.

No ano passado, o aglomerado Pedreira Prado Lopes também teve ações de combate ao Aedes suspensas devido à falta de segurança. “Quando o conflito é grande, os agentes ficam proibidos de subir. Isso deixa nossa saúde em risco”, relata uma das lideranças locais. Intermediar o acesso a única forma de garantir a realização dos serviços públicos nas comunidades. “Se os moradores não garantirem essa blindagem, os serviços nesses locais acabam”, avalia o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindbel), Israel Arimar.

A SMSA garante que, mesmo com as dificuldades, as vistorias são realizadas, podendo variar de dez a 30 imóveis ao dia.

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