Família da vítima critica ação policial; testemunhas afirmam que ladrão não atirou
R7
O soldado da Polícia Militar detido após amorte de um idoso durante uma perseguição no Barreiro deixou a prisão na última sexta-feira (11). O militar, que tem 31 anos e cinco na corporação, afirma não ter sido o autor do disparo que matou Paulo Ferreira dos Santos, de 68 anos.
A vítima estava no bairro Átila de Paiva, perto da avenida Teresa Cristina, quando viaturas passaram em alta velocidade perseguindo um assaltante. Washington Marques dos Santos, 37 anos, havia roubado o celular de uma mulher no Tirol e fugiu em alta velocidade em um Fiat Palio .
Ele foi perseguido por duas viaturas durante 10 minutos. O soldado que acabou preso pilotava uma moto e foi quem conseguiu se aproximar do veículo. Eles trocaram tiros durante o percurso e Marques foi preso ao perder o controle da direção.
Os advogados Renato Firmino e Eugenio Barroso defendem o policial. Firmino aponta que o soldado não teria atirado no local onde o idoso foi atingido.
— Quando começou a perseguição, o suspeito tentou jogar o carro na viatura e entrou na contramão. O PM estava de moto e conseguiu se aproximar. O indivíduo atirou e eles revidaram. Só depois da prisão surgiu a notícia do senhor e da criança baleados. Ele acredita que o assaltante tenha atingido as vítimas, pois ele não ele não atirou naquele local.
Todos os militares envolvidos no caso tiveram as armas apreendidas. Até a conclusão da perícia, prevista para meados de março, o soldado trocará a ronda por serviços internos do 41º Batalhão.
— Ele estava em serviço. É um profissional bem avaliado que revidou aos disparos de um suspeito que já tem quatropassagens .
Um adolescente de 13 anos teve uma bala alojada na coxa, mas não corre risco de morrer.
Familiares do idoso morto não se conformam com a ação policial. O filho da vítima, Wenderson Rosa, diz que as testemunhas afirmaram que o ladrão não atirou no pai.
— A gente até agora não sabe de onde saiu a bala. Os moradores, pessoas que estavam sentadas na vila, falam que só a polícia atirou, que o rapaz não efetuou nenhum tiro.
Já o capitão Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa PM, defende a ação.
— No momento da perseguição houve a necessidade de disparos por parte do militar, que narra que ele apontou a arma. Ele dispara em vários momentos revidando a agressão no sentido de demonstrar que tinha arma e poderia utilizar contra o policial. É um indivíduo que deveria estar cerceado do convívio social.
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