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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

ZELOTES Após plágio, firma de ‘Lulinha’ pode ser processada

Material foi utilizado para justificar pagamentos de R$ 2,4 mi


Desculpa. Advogado de Lulinha (foto) disse que empresa
não reclamou de material com cópia da internet
O Tempo
Brasília. O lançamento do primeiro absorvente descartável no Brasil, a beleza das aeromoças da companhia aérea Emirates e o consumo de fast food pelos brasileiros são algumas informações no trabalho feito pela LFT, empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de pouco dizerem sobre o envolvimento da indústria automobilística no esporte – foco dos trabalhos contratados –, foram extraídas, sempre sem crédito, de fontes diversas: um blog sobre marcas publicitárias, um artigo acadêmico, a Wikipedia e reportagens de jornal, entre outras. O dono do blog “Mundo das Marcas”, um dos alvos da cópia, disse que pretende tomar providências jurídicas contra Luís Cláudio e a LFT.

Os trabalhos foram encomendados pela Marcondes & Mautoni, empresa de lobby investigada na operação Zelotes. São quatro contratos, assinados entre junho e novembro de 2014, totalizando R$ 2,4 milhões. Um deles, “Impacto da Copa do Mundo no desempenho das empresas patrocinadoras”, traz informações sobre a história e os negócios de empresas associadas à Fifa e ao Mundial de 2014, disputado no Brasil.
Em relação a 13 marcas (Adidas, Budweiser, Castrol, Centauro, Coca-Cola, Continental, Emirates, Garoto, Hyundai, Johnson&Johnson, McDonald's, Sony e Visa), a LFT copiou trechos do “Mundo das Marcas”. Na maioria dos casos, fez pequenas alterações na redação. Em outros, nem isso.
A LFT diz que a Emirates tem como ícones “as belas aeromoças e o atendimento impecável”. O texto é igual ao do “Mundo das Marcas”. Sobre a Budweiser, o trabalho informa que “é a cerveja que os trabalhadores americanos tomam quando param num bar a caminho de casa, depois do trabalho. Está associada a macacões, trabalho pesado e jogos tradicionais”. O “Mundo das Marcas” diz que “é a cerveja que os trabalhadores americanos tomam quando param num bar a caminho de casa, depois de um dia exaustivo de trabalho. A marca está associada a macacões, mãos sujas de graxa, trabalho pesado e jogos tradicionais”.
O publicitário Kadu Dias, dono do “Mundo das Marcas”, disse que nunca teve relação com Luís Cláudio ou a LFT. “O MDM (Mundo das Marcas) é referência neste assunto na web e demorei muito para conquistar credibilidade, com meus textos sendo utilizados por professores, alunos, profissionais de comunicação. Se você tiver mais informações sobre este caso, peço a gentileza que me envie para que eu possa tomar providências jurídicas contra este senhor e sua empresa”, disse Kadu.
No caso da Oi e da Marfrig, a LFT usou textos da Wikipedia. O trabalho copia ainda trecho de reportagem de novembro de 2013 do jornal “Brasil Econômico”.
Defesa

Fato. O advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Luís Cláudio, defendeu o trabalho de seu cliente. Ele destacou que a Marcondes & Mautoni não reclamou dos trechos copiados.

Frase. “Essa parte dos trabalhos contratados não foi contestada em nenhum momento pela única pessoa que teria legitimidade para isso: a empresa contratante. Além disso, há uma distorção por parte das autoridades, que não conseguiram apontar uma única conduta que pudesse configurar indício de uma prática ilegal”, disse.

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