Por que é tão chocante ver uma garota no crime, como Carolzinha?

Carolzinha foi detida pela primeira vez
aos 13 anos, e não parou mais

Blog da DB

Não se encontra o nome da mãe ou do pai em nenhuma reportagem sobre a jovem Sarah Carolina da Silva de Souza, como se Carolzinha fosse filha de chocadeira. Aos 19 anos, ela foi morta em um tiroteio com a polícia, não sem antes alvejar dois PMs e cuspir na cara deles. Sua vida curta daria um bom roteiro. Mas este filme não tem nada de ficção e fica difícil imaginar o que leva uma garota para o crime assim tão cedo.

Estamos todos muito habituados aos "pivetes", a ver moleques muito jovens metidos com a bandidagem. Quando a personagem é menina parece que a realidade fica mais assustadora. Em que condições terá vivido Carolzinha, a ponto de ter sido detida, pela primeira vez, aos 13 anos, por porte de arma?

Os relatos seguem apavorantes. Dois anos depois, aos 15,  foi apreendida por suspeita de matar uma jovem de 19 anos que estaria envolvida na morte de um amigo. A partir daí, ganhou fama de garota destemida e "matadora" da gangue do Morro Vermelho, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Nas redes sociais, vizinhos e internautas "comemoraram" a morte da jovem. Aos queestavam celebrando, veio logo um recado: "Agora todo mundo fala que foi tarde, que é piranha, desgraçada, mas via ela na rua abaixava a cabeça né!".

Sarah Carolina tinha detenções por tentativa de homicídio, roubo, posse de arma, tráfico de drogas, direção perigosa, desacato e agressão. Consta que já tentou matar o próprio irmão,Diego de Souza, cotado para assumir o controle do "negócio", mesmo estando preso.

Marrenta, Carolzinha ostentava nas redes sociais. Metia medo na comunidade onde vivia. Não tinha medo de polícia. E era só uma menina de 19 anos. Difícil saber de sua história e não pensar em tantas jovens de sua idade que desejam, talvez, também a fama, o poder, o dinheiro, mas escapam da cilada de uma vida no crime. Ela não. Foi cedo pro front e não escapou com vida.

Que triste a sociedade que assiste calada ao nascimento dessas Carolzinhas, e nada faz.