Quem é que paga o pato? O mais fraco. (blog): LAVA JATO Zelador do edifício Solaris, onde Lula teria triplex, é demitido

Testemunha no processo que investiga o ex-presidente, funcionário acredita que a demissão tenha motivações políticas

Zelador do edifício acredita que
motivação da demissão foi política

O Tempo

Testemunha no processo que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Afonso Pinheiro foi demitido, nesta quinta-feira (7), do condomínio Solaris, em Guarujá, onde trabalhava como zelador. Ele acredita que a demissão tenha motivações políticas.

O condomínio foi pivô da 22ª fase da Operação Lava Jato. O Ministério Público de São Paulo investiga se a empreiteira OAS buscou favorecer o ex-presidente Lula ao reservar para a família dele um apartamento tríplex no edifício, e pagar por uma reforma no valor de R$ 777 mil, o que o petista nega.

Pinheiro prestou depoimento ao Ministério Público em outubro do ano passado, quando disse ter visto algumas vezes o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, no tríplex. Segundo ele, a OAS limpou o condomínio e decorou o local com "arranjos florais" nos dias das visitas.

Nesta sexta (8), o ex-zelador disse não ter dúvidas de que a demissão tenha sido uma retaliação política. "Muitas pessoas me disseram que falei demais. Mas não podia mentir. Eu vi eles aqui. Não tenho dúvidas de que foi isso. Mas ninguém disse isso diretamente para mim", afirmou.

No mês passado, fotos que mostram
lula no edifício vazaram

"Ainda estou tentando entender o que vai acontecer, mas com certeza irei à luta. Tenho que ir à luta. Tá cheio de mentiras nesse país e sou um brasileiro que quer a verdade. Não me arrependo", continuou. "O país precisa mudar, tem que mudar. Não pode ter tanta mentira assim. Apenas falei a verdade e acabei ganhando a demissão." Ele afirmou ainda estar "desiludido com o Brasil".

O síndico do prédio, Mauro de Freitas, evitou a imprensa no fim da tarde desta sexta, para dar explicações sobre a demissão. Em nota, a OAS diz não ter "qualquer interferência nas decisões e, portanto, absolutamente nenhuma relação com a demissão."