Para economizar R$ 4,2 milhões anuais, município vai encerrar atividade de 5 das 6 unidades
Sem opção. População de Betim perderá cinco unidades do restaurante popular, entre elas a do bairro PTB |
O Tempo
A Prefeitura de Betim, na região metropolitana da capital, anunciou o fechamento de cinco dos seis restaurantes populares da cidade. A medida, divulgada nesta quarta, é mais um efeito da crise financeira vivenciada pelo município, que já atingiu de forma severa outros serviços públicos, como a rede de saúde. O único restaurante popular que continuará aberto é o do centro de Betim.
Os restaurantes dos bairros Teresópolis, Alterosas, Citrolândia, Imbiruçu e PTB só irão funcionar até o dia 29 de abril. Após essa data, eles serão completamente desativados, prejudicando 1.500 pessoas que almoçam nos locais diariamente. A Prefeitura de Betim espera economizar R$ 4,2 milhões por ano. Os restaurantes gastavam R$ 7,6 milhões por ano, mas arrecadavam R$ 3,3 milhões.
Segundo a gestão municipal, os cortes são necessários para que outros setores da prefeitura não sejam afetados pela crise e para que a cidade não desrespeite a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O município apresenta redução de R$ 167 milhões em sua arrecadação e já compromete 50,8% de sua receita líquida com gasto com pessoal, acima do limite prudencial da LRF.
“Os cortes estão sendo feitos em todas as áreas para priorizar a manutenção de serviços essenciais, como o atendimento à saúde, que vive grave crise definanciamento , conforme já é de conhecimento público”, justificou o secretário municipal de Finanças, Planejamento e Gestão, Gustavo Palhares.
Os restaurantes populares ofereciam a refeição completa por R$ 4. Agora, a única opção para os moradores de Betim será o restaurante no centro da cidade. Segundo a prefeitura, ele é a unidade com o maior movimento. Dos 3.000 almoços servidos por dia hoje na cidade, 1.500 são na unidade na área central.
Cortes. A Prefeitura de Betim alega que também está fazendo cortes em outras áreas para conseguir adequar os gastos à atual realidade financeira do município. Em 8 de março, a administração da cidade decretou estado de calamidade financeira. Estão sendo feitas reduções em todas as secretarias da gestão, com o objetivo de economizar R$ 72 milhões, sendo R$ 42 milhões apenas no setor da saúde. Seis unidades de saúde corriam risco de serem fechadas.
Também foram suspensas a realização e apoio a eventos culturais, esportivos, de natureza comemorativa, além das aquisições e contratações de produtos e serviços que não sejam essenciais à administração pública. Os cargos comissionados também estão sendo reduzidos, e os contratos firmados pela prefeitura tiveram queda de 25%.
Saiba mais
Plantões. Nesta quarta, o Ministério Público exigiu que os obstetras da Maternidade Pública voltem a fazer plantões, após deixarem de cumprir a escala. A Prefeitura de Betim informou que é de responsabilidade da Instituição de Cooperação Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba gerenciar as escalas de trabalho.
Prefeitura solicita mais verba da União
A Prefeitura de Betim informou nesta quarta que pediu ao Ministério da Saúde o envio de mais recursos para amenizar a crise na rede de saúde do município. Em dezembro do ano passado, o prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB) participou de uma audiência com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em Brasília.
Na ocasião, foram solicitados repasses para o custeio do Hospital Regional, já que o município temia que não seria possível continuar responsável por 70% do custeio da unidade. Os 30% restantes são cobertos por pagamento do SUS.
No entanto, a resposta do ministro foi que não seria possível aumentar os repasses, já que o Ministério da Saúde trabalha com déficit da ordem de R$ 3,6 bilhões no orçamento anual.
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